segunda-feira, 31 de maio de 2010

Ao Arsénio Alfaiate

Com tanto pronto-a-vestir
Há quem teime em resistir
No limiar do milénio
Numa quase extinta arte
O Arsénio Alfaiate
Bem pode chamar-se um génio.

Junto à praça das palmeiras
Homem de finas maneiras
Até botões prega à mão
Calça, colete, casaco
As componentes dum fato
Cuja marca é distinção.

Fita, tesoura, dedal
Linhas, máquinas a pedal
Quanto basta ao artesão
O resto é competência
Dedicação, experiência
E o lema perfeição.

Hoje, fazer fato à mão
É uma rara profissão
Que enobrece quem a tem
Quando acabar este génio
A quem chamamos Arsénio
Não ficará mais ninguém.

Das profissões liberais
É a que respeito mais
Pois requer carinho e arte
Condenada à extinção
Tem no Arsénio um bastião
Um exímio Alfaiate.


António Tavares Chula
www.chuladeagueda.com

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