sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Em tempos modernos ainda existe tradição



Longe vão os tempos em que ir ao alfaiate era um hábito comum a todos os homens, que procuravam nestes artistas verdadeiras obras de arte que se adaptassem na perfeição ao seu corpo. Para os mais novos, a geração dos centros comerciais e das grandes superfícies, este tema pode causar algum espanto mas acima de tudo uma dúvida: ainda existem alfaiates? A resposta é sim, existem! São mais escassos que antigamente e muitos vêem os seus negócios ameaçados pela indústria comercial e pelas novas tecnologias de corte e costura que se desenvolveram e continuam a desenvolver, mas alguns sobrevivem, principalmente em Lisboa e no Porto.
A alfaiataria nasceu no Renascimento, quando a roupa deixou de ter como única função esconder o corpo para passar a dar destaque aos seus contornos. Foi nesta altura que ganharam importância os mestres alfaiates.
O i encontrou alguns daqueles que resistiram ao fabrico de roupa em série e fornecem ao seu cliente um produto personalizado, adaptado ao seu estilo e ao seu corpo. Procurado essencialmente por homens de classe média-alta, o fato - calças e blazer - continua a ser a peça mais pedida. No entanto, a maior parte dos alfaiates tem maior oferta que antigamente. Camisas, gravatas e até sapatos fazem parte daquilo que têm à disposição das pessoas que os procuram.
Apesar de, por tradição, ser uma arte geralmente mais procurada por homens, alguns alfaiates também oferecem roupas para mulheres e crianças. Há ainda quem faça fardas, trajes e bordados a pedido do cliente.
Talvez por ser um serviço personalizado e por a maior parte das casas utilizar tecidos de primeira qualidade, o serviço destes profissionais não sai barato, podendo os preços chegar aos milhares de euros. Também por essa razão as pessoas que os procuram são sobretudo homens de famílias ricas e importantes, políticos e empresários com os mais altos cargos.
Se é uma pessoa que gosta de tradição e ainda não se rendeu totalmente à moda em série, se gosta de serviços personalizado e de qualidade, siga os conselhos do i e contacte uma destas casas. Com certeza não se vai arrepender.



1 A. GONÇALVES ALFAIATES
 Onde: Porto. Rua Galeria de Paris
Características: Estabelecida no Porto desde 1973, aposta numa confecção 100% natural.
Tem como objectivo conservar uma cultura de bom gosto, perfeição e respeito pela tradição.

2 AVELINO e CARLOS FERREIRA
 Onde: Viseu. Av. Emídio Navarro
Características: Trabalham há cerca de 50 anos, utilizando as técnicas mais avançadas e tecidos de alta qualidade. É o cliente que escolhe o tecido e determina o estilo.

3 ROSA & TEIXEIRA
 Onde: Lisboa. Av. da Liberdade
Características: Uma das casas mais antigas de Lisboa, tem acompanhado a evolução da moda sem perder a sua personalidade particular. Confecção conhecida e valorizada internacionalmente.

4 ALEXANDRE ALFAIATE
 Onde: Porto. Praça Coronel Pacheco
Características: Casa que conta já com 80 anos. Clientes maioritariamente de classe média-alta. Cada fato ronda os 900 euros.

5 NUNES CORREA
 Onde: Lisboa. Rua Augusta
Características: Fundada em 1856. Oferece produtos a preços acessíveis e competitivos. Também produz sapatos.

6 ALFAIATARIA RIBATEJO
Onde: Santarém. Rua Alexandre Herculano
Características: Desde 1950 que procura distinguir-se pela oferta de produtos de grande qualidade. Faz fardamentos, trajes, fatos por medida e bordados.

7 AUGUSTO SALDANHA
Onde: Porto. Rua Trindade Coelho
Características: Alfaiate há 45  anos, veste clientes de classe média-alta. É ele que faz os fatos de Paulo Portas.



Joana Refoios Martins
In Jornal I