sábado, 31 de maio de 2008
sábado, 24 de maio de 2008
Alfaiates ameaçados de extinção
Amanhã, realiza-se, em Belmonte, o 19.° Encontro Nacional de Mestres Alfaiates. A iniciativa leva vida longa, mas pode não dobrar o número de edições: dentro de 20 anos, a arte pode desaparecer.
O organizador, Carlos Godinho, autorizado por 46 anos de viagens pelo país no seu comércio de tecidos, estima abaixo dos dois mil o número de profissionais e nulo o de aprendizes. "Os alfaiates mais novos devem ter uns 40 anos de idade e se houver 20 ou 30 nessa faixa é muito. Por isso, eu digo: daqui a uns 20 anos já não há alfaiates em Portugal".
Pode restar uma minoria, pois "talvez 40% consigam fazer alguma coisa para clientes abastados", obra com preços a partir dos 750 euros. Mas o resto "tem pouco que fazer", explicou, citado pela agência Lusa. "Trabalha para a classe média, que não já tem dinheiro para ir ao alfaiate, nem para fazer um dos fatos mais baratos" - a partir de 120 euros.
Lá vai o tempo em que "toda a gente tinha o seu fatinho". O mercado ditou a extinção dos mestres alfaiates, é certo, mas o Estado não ajuda, critica. "Nunca se criaram escolas para ensinar a arte, nunca se criou um estatuto para o alfaiate, deixaram os alfaiates sobrecarregados de impostos e sem incentivos à profissão", enuncia, propondo a eliminação do IVA sobre a mão-de-obra e incentivos ao emprego de aprendizes, cujos primeiros três ou quatro anos de aprendizagem "nada rendem".
"Daqui a uns anos, temos que fazer o mesmo que os Estados Unidos, que levaram italianos, gregos e portugueses para lá, porque ficaram sem alfaiates. Conheci alguns, da Guarda, que não hesitarem, porque tinham viagem e casa pagas", conta. "Se me perguntarem se ainda há razões para haver alfaiates, eu pergunto se ainda há razões para um homem querer andar elegante, bem vestido, com um fato a cair bem", observa. Ou então quem não encontra tamanho que lhe sirva no pronto-a-vestir. "Os alfaiates transformam um corpo mal feito numa obra de arte", garante.
O Encontro Nacional de Mestres Alfaiates realiza-se no último domingo de Maio, dia do padroeiro, "o Santo Homem Bom, de Itália, uma tradição que foi trazida para Portugal". A edição deste ano tem 60 inscritos - poucos "porque o negócio está fraco e os combustíveis subiram muito" -mas promete animar Belmonte com visitas ao património local e um almoço-convívio.
Nuno Alegria
In JN
23/05/2008
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Humor
DOR DE CABEÇA...
Um tipo que sofria de uma dor de cabeça crônica infernal foi ao médico que,depois dos exames da praxe, lhe disse:
- 'Meu caro, tenho uma boa e outra má notícia. A boa, é que posso
curá-lo dessa dor de cabeça para sempre. A má notícia é que para fazer isso eu
preciso castrá-lo! Os seus testículos estão pressionando a espinha, e
essa pressão provoca uma dor de cabeça infernal.
Para aliviar o sofrimento, preciso removê-los'.
O tipo levou um choque, e caiu em depressão. Passou dias meditando.
Indagava se havia alguma coisa pela qual valesse a pena viver.
Não teve outra escolha a não ser submeter-se à vontade do bisturi. Quando
deixou o hospital, pela primeira vez, depois de 20 anos, não sentia dor de
cabeça. No entanto, percebeu que uma parte importante de seu corpo estava faltando.
Enquanto caminhava pelas ruas notou que era um homem diferente,
e que poderia ter um novo começo. Avistou uma loja de roupas masculinas de classe e ...
- 'É disto que eu preciso', disse para si mesmo.
- 'Quero um fato novo', pediu ao vendedor. O vendedor, alfaiate de idade avançada,
deu uma olhadela, e falou: - 'Vejamos... é um 44 longo'.
O tipo riu: - 'É isso mesmo, como é que o senhor soube?'
- 'Estou no ramo há mais de 60 anos', respondeu o alfaiate.
Experimentou o fato, que lhe caiu muito bem.
Enquanto se admirava no espelho, o alfaiate perguntou: - 'Que tal uma camisa nova?'
Ele pensou por alguns instantes: -'Claro'.
O alfaiate olhou e disse: - '34 de manga, e 16 de pescoço' .
E ele pasmado: - 'Mas, é isso mesmo, como pôde adivinhar?'
-'Estou no ramo há mais de sessenta anos', disse. Experimentou a
camisa e ficou satisfeito.
Enquanto andava pela loja, o alfaiate sugeriu-lhe: - 'Que tal uma cueca nova?'
- 'Claro'.
O alfaiate olhou seus quadris, e disse: - 'Vejamos... Acho que é 36'.
O gajo soltou uma gargalhada.
- 'Desta vez, enganou-se. Uso o tamanho 34 desde os 18 anos de idade'.
O alfaiate sacudiu a cabeça: - 'Você não deve usar 34.
O tamanho 34 pressiona-lhe os testículos contra a espinha, e essa pressão vai
provocar-lhe uma dor de cabeça infernal.'
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Alfaiataria centenária em Guimarães vai fechar portas
Fernando Fernandes não tem quem queira dar continuidade ao negócio
Ao fim de 68 anos, uma vida, Fernando Fernandes está resignado: a alfaiataria que o pai fundou, há 100 anos, vai mesmo ter de fechar portas. Não há quem queira dar continuidade ao negócio. Os filhos enveredaram por outros ofícios, que isto de seguir as pisadas dos pais já foi chão que deu uvas; e aprendizes….não existem. "A arte está a morrer. É a ordem natural das coisas. Tal como desapareceram os cocheiros, os merceeiros, os alfaiates à moda antiga são cada vez menos", diz o mestre da tesoura. Fernando Fernandes começou aos 12 anos, a "coser trapos" aos pés do pai, numa altura em que pela alfaiataria passavam dezenas de aprendizes e a palavra pronto-a-vestir estava longe do léxico. "A arte não tem valores novos. Está a desaparecer". A casa que o pai fundou, nos idos de 1908, na Rua da Rainha, vai fechar, pois claro, que já muito aguentou o mestre.
In JN
20/05/2008
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