terça-feira, 16 de outubro de 2007

Manuel Guilherme de Almeida

Mestre alfaiate português, nasceu em 1898 e faleceu em 1992. Foi criado em sua honra o "Dia do Alfaiate" no último domingo de Maio. Foi professor de corte, tendo desenvolvido um método próprio, explorado no livro Método de Corte Sistema Maguidal (1948), que escreveu para alfaiates. Além disso, publicou até 1951 o álbum de figurinos Moda Actual e, até 1985, a revista de técnica e moda Vestir. Ocupou os mais elevados cargos na Associação Fraternal da Classe dos Alfaiates de Lisboa e fundou a Academia de Corte, por onde passaram mais de 4 000 alfaiates, e as Casas de Repouso do Alfaiate de Portugal. Foi agraciado com a Comenda da Ordem de Mérito Industrial pelo presidente da República Mário Soares. Participou em vários congressos internacionais de Alfaiataria, sendo agraciado com a medalha de prata por altos serviços em Roma, no ano de 1983. Trabalhou até 1989.

In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2007.

O imposto do mestre-alfaiate



Resfastelados num banco do jardim da vila, onde o povo lavava no rio, sob a copa acolhedora de uma acácia, era ali que os reformados passavam as suas “férias” de verão, a contar as histórias das suas vidas, que davam vários romances, já que a morte era certa.

Cada qual à sua maneira capava as horas sonolentas das tardes esquecidas: uns viviam das suas recordações – “ai, no meu tempo…” – outros liam o jornal com os óculos graduados a servirem de lupa, à cata da notícia tão esperada, mas que teimava em não aparecer à luz do dia: o aumento das suas miseráveis pensões sociais. O João Marinho com o cigarro – o seu amigo certo das horas incertas – ao canto dos beiços gretados, entretinha-se a deitar milho às pombas vadias, isto é, sem eira nem beira.

Com o cigarro ao canto dos beiços gretados, entretinha-se a deitar milho às pombas vadias

Num dia de estranha moleza, cheguei à fala com o João Marinho. Prisioneiro do seu pequeno mundo, no estádio da terceira idade, ele, que foi o mais conhecido mestre-alfaiate da vila, que fazia em exclusivo os fatos da moda aos “senhores doutores”, há muito tempo que via arrecadada a sua velha máquina de costura, da marca “Singer”, e tinha posto de parte a tesoura, a almofada das agulhas, o pau de giz, a régua de madeira, o ferro de engomar e a fita de pano, que foram as suas ferramentas de trabalho ao longo dos anos desde que o botaram fora da escola primária. Estudar não era com ele. Gastava o tempo a mandriar e a jogar à bola de farrapos, no terreiro da vila.

Mas, sentindo-se ainda com “sangue na guelra” (velhos eram os trapos e parar seria morrer sem hora nem glória), o João Marinho, a fim de ganhar para a bucha” – e para o golinho de vinho que o mantinha em pé, como ele dizia –, entretinha-se em casa a fazer uns biscatezinhos… E comentava com o seu humor corrosivo: - “Ah, se a vista não me enganasse e os dedos me ajudassem, ainda ganhava um dinheirão a virar casacas. E podia até amealhar uns cobres, para dar o grande passeio da minha vida: como eu gostava de conhecer Lisboa! Mas, por este andar e como vejo as coisas pretas, o meu sonho vai comigo no caixão, para a cova do cemitério municipal”.

O João Marinho cumpriu, cabalmente, as suas obrigações fiscais, nada devendo à fazenda nacional

Só que o mestre-alfaiate João Marinho não teve sorte na vida; mas também nunca pensou no futuro! Vendo-se sozinho no mundo, não tendo mulher nem filhos para lhes prestar contas, sempre fez como o brasileiro: “Gozar hoje a vida, senão amanhã pode ser tarde de mais”.

Contudo, o João Marinho cumpriu, cabalmente, as suas obrigações fiscais, nada devendo à fazenda nacional. Ele lembrava-se que, no dia nove de Setembro de 1969, pagou à boca do cofre da tesouraria municipal, o seu “imposto de prestação de trabalho”, no valor de 31$00. Nas costas do primeiro aviso, lia-se esta advertência: - “Depois desta data pode efectuar o pagamento durante mais sessenta dias, período das operações preliminares do relaxe, acrescido dos juros de mora, findo os quais se procede ao relaxe”.

Mas, naquela tarde outonal adormecida no colo dos deuses, quando cheguei ao pé do banco do jardim sem flores, como o céu sem estrelas, sofri um choque emocional: Não vi o João Marinho, nem as pombas vadias. Perguntei por ele a um “almeida” camarário, que apanhava as folhas mortas tombadas das árvores pelo vento de suão. Com a vassoura em suspenso e tirando o boné com pala, respondeu-me com o olhar marejado: - “Esse, coitado, já não faz parte dos vivos. Foi a enterrar a semana passada com grande acompanhamento, porque era um bom homem”.

Pobre mestre-alfaiate, que morreu à margem do estado-providência

Nada pude fazer. Apenas curvei-me como sinal de respeito por uma vida que se extinguiu, à sua memória. O João Marinho era credor do erário público, dos anos que pagou o seu “imposto da prestação de trabalho”, enquanto os funcionários públicos e os militares dele estavam isentos.

Pobre mestre-alfaiate, que morreu à margem do estado-providência.


Antonino Cacho
Arcos de Valdevez


O Mestre Alfaiate

Carlos Alberto Gaspar Santos, natural de Valesim, Seia, “filho da Serra da Estrela” como se intitula, está estabelecido em Lisboa há 37 anos, como alfaiate. No entanto, antes de se tornar alfaiate, tentou ser cozinheiro, ainda na sua terra natal, ofício do qual não gostou. Só então o seu pai o “convenceu” à arte, de que hoje tem muito orgulho. Começou aos 14 anos, quando veio para Lisboa.

Só após o primeiro ano de trabalho começou então a ganhar o primeiro ordenado: 15 tostões por dia. E se, nessa altura, a sua clientela era “certa”, normalmente pessoas do bairro e despachantes da Alfandega, hoje em dia, para além de cada vez ser mais escassa, são clientes de passagem, ocasionais. Se uns acham demasiado caro um fato feito num alfaiate, outros apercebem-se que a grande diferença entre estes e os de pronto-a-vestir: na qualidade dos materiais, da forma como são cozidos, pregados os botões ou quando têm que recorrer ao alfaiate para “emendar” os fatos comprados nas lojas. Um fato feito por medida podia custar entre 65 e 80 mil escudos, mas pode durar uma vida...
Uma história engraçada, vivida por Carlos Santos, foi quando um pai e quatro filhos lhe encomendaram uns fatos para irem a um casamento. A mesma fazenda deu para fazer os cinco fatos. “ O pai era tão gordo, que quando veio fazer as primeiras provas do seu fato, levantou de tal maneira os braços - é que a sala de provas era muito apertada! - que se a fazenda não fosse de qualidade tinha-se rasgado toda. Com os fatos, como quiseram todos iguais, pareciam os rapazes da banda do casamento!”, conta, divertido.Os instrumentos que utiliza são muitos e vão desde o dedal, a agulha, vários tipos de tesouras, giz para marcar a fazenda, fita métrica, secador, ferro a vapor, almofada inglesa (que serve especificamente para passar os ombros dos casacos), uma chonga (tábua própria para dar forma aos casacos) pregadeiras, botões, um jogo de réguas: uma para a traseira e a frente das calças, outra curva para os ombros e um esquadro curvo para a linha das calças.Era importante, e ainda o é, acompanhar as modas e os diferentes estilos, tais como as bocas – de - sino (ou pata de elefante) estilo argentino, embora seja o smoking clássico que mais lhe costumam encomendar, pois é um estilo que fica sempre bem.Quanto ao futuro, e embora já tenha tido seis mulheres a trabalhar para ele, antes do 25 de Abril, a tendência é para que a tradição do alfaiate venha a acabar. Como ele próprio diz: “actualmente o que conta é o dinheiro; já não tenho ninguém aqui a aprender porque as pessoas já chegam aqui a quererem saber quanto é que vão ganhar em vez de quererem primeiro aprender a fazer bem um fato. Assim, o tempo que perco a lhes ensinar e o salário que lhes tenho que pagar, é melhor ser eu aqui só com a minha ajudante.”Só na Baixa, os alfaiates eram às dezenas, e resiste uma casa de referência, a Nunes Correia, na esquina da Rua de Stª Justa com a Rua Augusta, fundada no final do secº XIX, e que teve a primeira máquina de costura Singer, que foi ali estabelecer-se ido da Rua dos Algibebes – o oficio que antecedeu o alfaiate - hoje Rua de S. Julião.Sobrevive, hoje, o herói, o resistente, que nos seus 70 e muitos anos, ainda não pôs o dístico para trespasse à porta, o nº160 da rua dos Remédios, sempre esperando por mais uma encomenda, um fato que alguém prefira feito do que o massificado pronto-a-vestir. Cumprimenta quase toda a gente que lhe passa à porta e toda a gente o cumprimenta. Não é para menos: a sua jovialidade fica bem na figura elegante, de colete bem talhado, beirão de olho claro e olhar penetrante, que acarinha a sua terra e recorda as romarias, o ribeiro e os moinhos de água, e onde vai amiúde.Mas se estima o local onde trabalha, Alfama, também estima o seu “clube de colegas”, a Associação dos Alfaiates e a respectiva casa de repouso em Sintra. O dia do alfaiate é o ultimo domingo de Maio e o seu patrono é Homem Santo Bom. Ora entra o vizinho que vem assobiar para o canário do Sr. Carlos, ora a senhora que vem dar um recado para uma outra vizinha, e o sr. alfaiate é mais do que isso, é uma referência, uma simpatia para todos, é alguém dali. E chega aos jornais e revistas nacionais, a livros.O cosmopolitismo de Carlos Santos chega à Alemanha, Grã-Bretanha, donde vêm fotografá-lo, filmá-lo, entrevistá-lo. Mas pode-se lá ter melhor pré-reforma do que falar da sua vida e ficar memorizado nos quatro cantos da Europa? O Sr. Carlos dá-me uma da sua sabedoria, que não vou esquecê-lo, bem-haja por isso: “Eu continuo a fazer o que fazia quando tinha 20 anos: então fazia o que podia, agora faço o que posso!” E esta, hem?!

Guilherme Pereira [texto e fotos]
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sexta-feira, 5 de outubro de 2007

A casinha do Alfaiate

In olhares.aeiou.pt

Vestuário na Idade Média

A Idade Média começou com a queda do Império Romano do Ocidente, no fim do século V, e durou até o século XV. Durante a Idade Média, a Europa ocidental se desenvolveu independentemente do chamado Império Romano do Oriente, ou Bizantino. O Império Bizantino: as classes dominante vestiam túnicas e mantos enfeitados. Alguns tecidos eram feitos com fios de ouro e certas roupas eram enfeitadas com pedras preciosas e pérolas. Os pobres vestiam túnicas simples e blusas. A Europa Ocidental: no início da Idade Média, os celtas da Galiléia e da Bretanha adoptaram a túnica romana. Depois, a moda bizantina começou a influir cada vez mais no vestuário da Europa ocidental. As classes dominantes começaram a usar roupas mais ornamentadas. No início as roupas eram feiras em casa. As famílias criavam ovelhas e cultivavam o linho. Quando as cidades começaram a crescer, surgiram lojas especializadas, dirigidas por tecelões, alfaiates, remendões e outros artesãos que faziam roupas.
No século XII, esses artesãos se organizaram em corporações chamadas guildas. Mais tarde, as túnicas soltas começaram a ser substituídas por roupas ajustadas ao corpo. As mulheres começaram a usar vestidos compridos, e justos no busto. Os homens vestiam calções soltos debaixo da túnica, além de vários tipos de coberturas para as pernas. Nos séculos XII e XIII, as mulheres punham redes nos cabelos, usavam véus e panos para cobrir o pescoço, como algumas ordens de religiosas usam até hoje. Os homens usavam na cabeça capuzes com pontas compridas. Tanto homens quanto mulheres vestiam uma sobreveste copiada dos trajes dos cruzados. Durante o século XIV, as roupas das classes dominantes ganharam muitos enfeites e acessórios, como botões e cintos ornamentados com pedrarias. Os tecidos variavam de acordo com a classe social. Os muito ricos vestiam seda e enfeitavam suas roupas com peles valiosas. A maioria das pessoas vestiam roupas de lã e linho. Já as pessoas mais humildes vestiam-se com roupas feitas de pele de cabra carneiro ou lobo.

VESTUÁRIO NOS SÉCULOS XIV e XVI
O renascimento começou na Itália por volta do século XIV e se espalhou pela Europa durante os séculos XV e XVI. As cidades se desenvolveram e enriqueceram. O número de artesãos e comerciantes aumentou rapidamente. Houve a queda do Império Bizantino, e a Europa ocidental passou à liderança da moda. O vestuário foi-se complicando cada vez mais. As mulheres usavam chapéus cónicos e altos chamados hennins. Alguns tinham véu. Os homens usavam meias compridas que se foram transformando em calças justas. Usavam muitos tipos de chapéus, inclusive um turbante drapeado chamado chaperon. Também calçavam sapatos pontudos chamados poulaines. Em alguns, as pontas tinham mais de 15cm. No início do século XVI, os homens vestiam-se com muitas roupas sobrepostas, algumas delas com um enchimento pesado. Usavam camisas de linho, sobre as quais vestiam um casaco justo chamado gibão. Sobre o gibão usavam uma jaqueta, prolongada em uma saia que descia até o quadril. Uma capa sobre o joelho, com mangas largas, vinha sobre a jaqueta. Os homens também usavam calções curtos e brilhantes, costurados a meias justas. As roupas femininas eram cortadas e costuradas para ficarem justas acima da cintura. Durante a primeira metade do século XVI, as mulheres usaram vestidos com decotes quadrados e baixos, e saias rodadas sobre anáguas. Os trajes masculinos e femininos tinham fendas para mostrar a vestimenta de baixo. No fim do século XVI, a moda formal e rígida da Espanha espalhou-se pela Europa. Os homens vestiam calções justos até os joelhos. O gibão modificou-se, ganhando uma saliência em ponta sobre o ventre. As saias rodadas das mulheres eram armadas com crinolinas rígidas. Algumas crinolinas tinham armações de madeira, arame ou barbana. Homens e mulheres usavam golas de pregas engomadas chamadas rufos.

VESTUÁRIO NO SÉCULO XVII
A França assumiu a liderança da moda. Os homens substituíram seus gibões por coletes, usados sob casacos que desciam até os joelhos. A moda dos calções variou : eram ora largos, ora justos até os joelhos. As mulheres começaram a usar anáguas no lugar das crinolinas, e também mangas três-quartos. Essa última transformação desnudava pela primeira vez o braço das mulheres, desde a queda do Império Romano, mais de mil anos antes. As mulheres também passaram a usar na cabeça um enfeite alto chamado fontange. Os homens geralmente calçavam botas. Os chapéus eram vistosos e enfeitados com plumas, usados sobre cabelos compridos. Homens e mulheres calçavam sapatos de salto alto. Peitilhos de renda e linho substituíram os rufos engomados. No fim do século os peitilhos deram lugar a gravatas de renda, de laço frouxo, chamadas jabôs. As cabeças dos homens forma cobertas por enormes perucas encaracoladas, que se tornaram moda depois de 1660.

VESTUÁRIO NO SÉCULO XVII
Os últimos vinte anos do século XVII anteciparam o que seria a moda do século seguinte, dominado pelo grande prestígio da corte de Versalhes. Na indumentária masculina, a peruca teve grande importância até a revolução francesa. Havia vários tipos delas, entre as quais a dos soldados, leve e presa com laços na nuca. Ao longo do século, esse adorno foi reduzido até ficar limitado a alguns encaracolados do lado do rosto e a uma trança. Com Luís XV, os trajes femininos tornaram-se mais soltos e vaporosos; os vestidos tinham pregas nas costas que caíam até o chão. O merinaque foi utilizado para dar volume ao traje feminino, cuja forma variava consideravelmente. Os componentes básicos eram corpetes e saias, eventualmente abertas na parte dianteira, deixando entrever as anáguas, ricamente decoradas. O corpete podia também ser aberto, mostrando uma peça de tecido bordada, com laços e rendas. As mangas chegavam até o cotovelo, muitas vezes arrematadas com enfeites. O traje masculino conservou por várias décadas a estrutura do século anterior. A casaca tornou-se mais comprida e com mais aberturas e as mangas se estreitaram. Sob a casaca, vestia-se um colete bordado, confeccionado em tecido diferente. Os calções chegavam até os joelhos e o traje se completava com um chapéu de três bicos. A influência britânica trouxe um tipo de traje masculino mais leve e informal. A simplificação do vestuário evidenciou o gosto neoclássico.

VESTUÁRIO NO SÉCULO XIX
Os complicados penteados, as perucas empoadas e os chapéus da época de Luís XVI e de Maria Antonieta foram abolidos com a revolução francesa. A burguesia impôs sua moda. Os homens adoptaram o estilo dos trajes de campo ingleses - com chapéu alto, lenço no pescoço jaqueta com lapelas, colete, calções e botas - e eliminaram as casacas bordadas, as rendas e as meias, a partir de então restritas aos chamados incoyables franceses da década de 1790, iniciadores do estilo romântico. As mulheres buscaram a leveza em vestidos de cintura muito alta, que caíam rectos até os pés. Esse estilo foi chamado "império". Nos primeiros anos do século XIX, surgiram publicações impressas ilustradas com vestuário. A expedição de Napoleão ao Egito trouxe nova moda orientalista para a França, enquanto o Reino Unido, principal rival dos franceses, procurava a máxima diferenciação de costumes. Ao restabelecerem-se as relações amistosas entre os dois países, as mulheres britânicas adoraram a moda francesa e por sua vez, os homens franceses se decidiram pelo estilo britânico, em geral muito bem acabado, devido à alta qualidade do trabalho dos alfaiates do Reino Unido. Os dândis ingleses inspiraram a moda européia, com um vestuário bem cortado, ajustado ao corpo. O traje feminino exigia o uso de espartilho para afinar a cintura, com saias e mangas muito largas. As mulheres cobriam a cabeça com toucas ou capotas amarradas com laços, e levavam uma pequena bolsa e um guarda-sol. A partir de 1837, as rodas exageradas das saias se reduziram e o traje masculino eliminou os excessos a que havia chagado o modelo dândi. O fraque tornou-se muito usado, assim como o redingote ou o casaco, mais curto. As camisas tornaram-se mais lisas, e as gravatas, mais finas. Popularizaram-se a calça, o chapéu de copa e grande variedade de casacos (chesterfield, paletó). A roupa masculina, mais sóbria e menos colorida, começava a tomar a forma que conserva até a atualidade. Em meados de século, o traje feminino aumentou de volume graças a inúmeras anáguas que, por seu peso, dificultava a movimentação. Data dessa época a invenção da crinolina, armação à base de anéis metálicos flexíveis que substituíam com vantagem as anáguas. A crinolina logo deslocou-se para trás e se tornou mais leve, o que deu origem a um levantamento na parte traseira da roupa por meio das anguinhas, que mais tarde desapareciam, substituídas por um simples pregueado de tecido e uma calça longa. Os desportos também exerceram influência sobre o desenho das roupas, que se adaptaram às necessidades de cada modalidade. Assim, os trajes para andar de bicicleta, para o tênis ou para o banho inspiraram a moda quotidiana para homens e mulheres.

Marília Nascimento Espíndola, Maio de 1999
trabalho orientado pela professora Miriam Jaqueline Instituo Educacional CVE