No Porto, os tanoeiros tinham Santo António como padroeiro; Santa Ana presidia à confraria dos botoeiros; os pedreiros reuniam-se sob a protecção de Santa Luzia; S. José e S. Brás eram os patronos dos carpinteiros. Os alfaiates tinham a sede da sua agremiação na capela de Nossa Senhora de Agosto, que até aos idos de quarenta esteve em frente à entrada principal da Sé, onde funcionava sob a protecção daquela imagem e de São Bom Homem. A capela, por albergar a sede da referida corporação, era popularmente conhecida por Capela dos Alfaiates. As corporações profissionais constituíam-se em confrarias sempre sob o patrocínio de um santo e com sede numa capela. A Confraria dos Alfaiates foi das mais importantes e influentes na cidade. No curto espaço de uma crónica não é possível abordar toda a sua rica e longa história. Convidam-se, no entanto, os leitores interessados por estas minudências a consultar os estatutos da corporação existentes, por exemplo, na nossa Biblioteca Pública Municipal. A leitura desse documento permite a quem o consultar ficar a saber mais sobre a origem da confraria, sua organização e fins, elementos directivos e administrativos, suas funções, encargos e obrigações para com os aprendizes e benefícios para os membros da Confraria que caíam doentes ou ficavam impossibilitados de trabalhar.
In "À Descoberta do Porto"
Germano Silva
JN 24-08-2008
1 comentário:
TAlvez esse não seja o cruel destino dos alfaiates. Muitos estudantes de moda, como eu se interessam por essa arte, porém, poucos dos que dominam este ofícil ainda se predispõem a formar novos alfaiates. É uma linda profissão que precisa ser renovada e reacendida!
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