A Idade Média começou com a queda do Império Romano do Ocidente, no fim do século V, e durou até o século XV. Durante a Idade Média, a Europa ocidental se desenvolveu independentemente do chamado Império Romano do Oriente, ou Bizantino. O Império Bizantino: as classes dominante vestiam túnicas e mantos enfeitados. Alguns tecidos eram feitos com fios de ouro e certas roupas eram enfeitadas com pedras preciosas e pérolas. Os pobres vestiam túnicas simples e blusas. A Europa Ocidental: no início da Idade Média, os celtas da Galiléia e da Bretanha adoptaram a túnica romana. Depois, a moda bizantina começou a influir cada vez mais no vestuário da Europa ocidental. As classes dominantes começaram a usar roupas mais ornamentadas. No início as roupas eram feiras em casa. As famílias criavam ovelhas e cultivavam o linho. Quando as cidades começaram a crescer, surgiram lojas especializadas, dirigidas por tecelões, alfaiates, remendões e outros artesãos que faziam roupas.
No século XII, esses artesãos se organizaram em corporações chamadas guildas. Mais tarde, as túnicas soltas começaram a ser substituídas por roupas ajustadas ao corpo. As mulheres começaram a usar vestidos compridos, e justos no busto. Os homens vestiam calções soltos debaixo da túnica, além de vários tipos de coberturas para as pernas. Nos séculos XII e XIII, as mulheres punham redes nos cabelos, usavam véus e panos para cobrir o pescoço, como algumas ordens de religiosas usam até hoje. Os homens usavam na cabeça capuzes com pontas compridas. Tanto homens quanto mulheres vestiam uma sobreveste copiada dos trajes dos cruzados. Durante o século XIV, as roupas das classes dominantes ganharam muitos enfeites e acessórios, como botões e cintos ornamentados com pedrarias. Os tecidos variavam de acordo com a classe social. Os muito ricos vestiam seda e enfeitavam suas roupas com peles valiosas. A maioria das pessoas vestiam roupas de lã e linho. Já as pessoas mais humildes vestiam-se com roupas feitas de pele de cabra carneiro ou lobo.
VESTUÁRIO NOS SÉCULOS XIV e XVI
O renascimento começou na Itália por volta do século XIV e se espalhou pela Europa durante os séculos XV e XVI. As cidades se desenvolveram e enriqueceram. O número de artesãos e comerciantes aumentou rapidamente. Houve a queda do Império Bizantino, e a Europa ocidental passou à liderança da moda. O vestuário foi-se complicando cada vez mais. As mulheres usavam chapéus cónicos e altos chamados hennins. Alguns tinham véu. Os homens usavam meias compridas que se foram transformando em calças justas. Usavam muitos tipos de chapéus, inclusive um turbante drapeado chamado chaperon. Também calçavam sapatos pontudos chamados poulaines. Em alguns, as pontas tinham mais de 15cm. No início do século XVI, os homens vestiam-se com muitas roupas sobrepostas, algumas delas com um enchimento pesado. Usavam camisas de linho, sobre as quais vestiam um casaco justo chamado gibão. Sobre o gibão usavam uma jaqueta, prolongada em uma saia que descia até o quadril. Uma capa sobre o joelho, com mangas largas, vinha sobre a jaqueta. Os homens também usavam calções curtos e brilhantes, costurados a meias justas. As roupas femininas eram cortadas e costuradas para ficarem justas acima da cintura. Durante a primeira metade do século XVI, as mulheres usaram vestidos com decotes quadrados e baixos, e saias rodadas sobre anáguas. Os trajes masculinos e femininos tinham fendas para mostrar a vestimenta de baixo. No fim do século XVI, a moda formal e rígida da Espanha espalhou-se pela Europa. Os homens vestiam calções justos até os joelhos. O gibão modificou-se, ganhando uma saliência em ponta sobre o ventre. As saias rodadas das mulheres eram armadas com crinolinas rígidas. Algumas crinolinas tinham armações de madeira, arame ou barbana. Homens e mulheres usavam golas de pregas engomadas chamadas rufos.
VESTUÁRIO NO SÉCULO XVII
A França assumiu a liderança da moda. Os homens substituíram seus gibões por coletes, usados sob casacos que desciam até os joelhos. A moda dos calções variou : eram ora largos, ora justos até os joelhos. As mulheres começaram a usar anáguas no lugar das crinolinas, e também mangas três-quartos. Essa última transformação desnudava pela primeira vez o braço das mulheres, desde a queda do Império Romano, mais de mil anos antes. As mulheres também passaram a usar na cabeça um enfeite alto chamado fontange. Os homens geralmente calçavam botas. Os chapéus eram vistosos e enfeitados com plumas, usados sobre cabelos compridos. Homens e mulheres calçavam sapatos de salto alto. Peitilhos de renda e linho substituíram os rufos engomados. No fim do século os peitilhos deram lugar a gravatas de renda, de laço frouxo, chamadas jabôs. As cabeças dos homens forma cobertas por enormes perucas encaracoladas, que se tornaram moda depois de 1660.
VESTUÁRIO NO SÉCULO XVII
Os últimos vinte anos do século XVII anteciparam o que seria a moda do século seguinte, dominado pelo grande prestígio da corte de Versalhes. Na indumentária masculina, a peruca teve grande importância até a revolução francesa. Havia vários tipos delas, entre as quais a dos soldados, leve e presa com laços na nuca. Ao longo do século, esse adorno foi reduzido até ficar limitado a alguns encaracolados do lado do rosto e a uma trança. Com Luís XV, os trajes femininos tornaram-se mais soltos e vaporosos; os vestidos tinham pregas nas costas que caíam até o chão. O merinaque foi utilizado para dar volume ao traje feminino, cuja forma variava consideravelmente. Os componentes básicos eram corpetes e saias, eventualmente abertas na parte dianteira, deixando entrever as anáguas, ricamente decoradas. O corpete podia também ser aberto, mostrando uma peça de tecido bordada, com laços e rendas. As mangas chegavam até o cotovelo, muitas vezes arrematadas com enfeites. O traje masculino conservou por várias décadas a estrutura do século anterior. A casaca tornou-se mais comprida e com mais aberturas e as mangas se estreitaram. Sob a casaca, vestia-se um colete bordado, confeccionado em tecido diferente. Os calções chegavam até os joelhos e o traje se completava com um chapéu de três bicos. A influência britânica trouxe um tipo de traje masculino mais leve e informal. A simplificação do vestuário evidenciou o gosto neoclássico.
VESTUÁRIO NO SÉCULO XIX
Os complicados penteados, as perucas empoadas e os chapéus da época de Luís XVI e de Maria Antonieta foram abolidos com a revolução francesa. A burguesia impôs sua moda. Os homens adoptaram o estilo dos trajes de campo ingleses - com chapéu alto, lenço no pescoço jaqueta com lapelas, colete, calções e botas - e eliminaram as casacas bordadas, as rendas e as meias, a partir de então restritas aos chamados incoyables franceses da década de 1790, iniciadores do estilo romântico. As mulheres buscaram a leveza em vestidos de cintura muito alta, que caíam rectos até os pés. Esse estilo foi chamado "império". Nos primeiros anos do século XIX, surgiram publicações impressas ilustradas com vestuário. A expedição de Napoleão ao Egito trouxe nova moda orientalista para a França, enquanto o Reino Unido, principal rival dos franceses, procurava a máxima diferenciação de costumes. Ao restabelecerem-se as relações amistosas entre os dois países, as mulheres britânicas adoraram a moda francesa e por sua vez, os homens franceses se decidiram pelo estilo britânico, em geral muito bem acabado, devido à alta qualidade do trabalho dos alfaiates do Reino Unido. Os dândis ingleses inspiraram a moda européia, com um vestuário bem cortado, ajustado ao corpo. O traje feminino exigia o uso de espartilho para afinar a cintura, com saias e mangas muito largas. As mulheres cobriam a cabeça com toucas ou capotas amarradas com laços, e levavam uma pequena bolsa e um guarda-sol. A partir de 1837, as rodas exageradas das saias se reduziram e o traje masculino eliminou os excessos a que havia chagado o modelo dândi. O fraque tornou-se muito usado, assim como o redingote ou o casaco, mais curto. As camisas tornaram-se mais lisas, e as gravatas, mais finas. Popularizaram-se a calça, o chapéu de copa e grande variedade de casacos (chesterfield, paletó). A roupa masculina, mais sóbria e menos colorida, começava a tomar a forma que conserva até a atualidade. Em meados de século, o traje feminino aumentou de volume graças a inúmeras anáguas que, por seu peso, dificultava a movimentação. Data dessa época a invenção da crinolina, armação à base de anéis metálicos flexíveis que substituíam com vantagem as anáguas. A crinolina logo deslocou-se para trás e se tornou mais leve, o que deu origem a um levantamento na parte traseira da roupa por meio das anguinhas, que mais tarde desapareciam, substituídas por um simples pregueado de tecido e uma calça longa. Os desportos também exerceram influência sobre o desenho das roupas, que se adaptaram às necessidades de cada modalidade. Assim, os trajes para andar de bicicleta, para o tênis ou para o banho inspiraram a moda quotidiana para homens e mulheres.
Marília Nascimento Espíndola, Maio de 1999
trabalho orientado pela professora Miriam Jaqueline Instituo Educacional CVE
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