Carlos Sousa dedicou toda a sua vida a uma arte que poucos conhecem. Desde que se lembra que queria ser alfaiate e começou a concretizar este sonho aos 14 anos. Hoje é um dos melhores a nível nacional e internacional, estando neste momento a trabalhar para outros países. Para além disso, tem uma boutique onde encontra todos os acessórios necessários para se vestir bem, com a qualidade de uma reconhecida marca italiana
Se se deslocar até ao Porto, vai encontrar um local diferente, que não está habituado a ver regularmente. Falamos do Carlos Sousa Alfaiate, onde a arte da alfaiataria continua em prática, aliada ainda a uma boutique de alta gama, onde encontrará peças de uma marca italiana. Carlos Sousa começou a trabalhar como alfaiate ainda antes de completar l4 anos de idade em Vila Meã, terra onde nasceu. Costumava passar pela casa do seu primo, que praticava esta profissão, enquanto ainda era estudante, e costumava dizer-lhe que era esta arte que queria fazer no futuro. "Vim depois para o Porto e trabalhei com vários alfaiates, com quem aprendi bastante. O primeiro lugar foi em Sá da Bandeira e depois fui percorrendo outros espaços", começa por contar o entrevistado. Depois de cumprir o serviço militar obrigatório, voltou ao Porto onde ficou responsável por um outro espaço, "estava responsável pelo corte, pelas provas e pelo atendimento ao cliente e, passada um ano, tornei-me sócio de uma empresa ligada à área".
No entanto, foi há quatro anos que Carlos Sousa decidiu que estava na altura de ter um espaço só seu, que se divide em duas áreas distintas: alfaiataria e boutique. Nesta segunda área, o cliente pode encontrar todas as peças necessárias para sair vestido "dos pés à cabeça". A marca, essa, é italiana, uma vez que a qualidade é um dos parâmetros essenciais para o sucesso. Já o calçado provém de um espaço localizado perto da loja, existindo uma parceria entre este alfaiate e a proprietária da loja de calçado. "
Aqui estamos direccionados para uma classe média alta. Verificamos que cá existem bastantes casas que têm oferta para as outras classes sociais e, por isso, era importante para mim poder disponibilizar algo acima da média. Para além disso, não existem muitos locais com o apoio de um alfaiate", afirma o entrevistado. Segundo Carlos Sousa, acaba por não existir concorrência neste sector, uma vez que poucos são aqueles que ainda aprendem este oficio, Aliás este alfaiate faz parte de uma geração que começou a aprender muito cedo esta arte, já que na maior parte dos casos, depois de se completar o quarto ano de escolaridade, homens e mulheres começavam a trabalhar, o que faz com que o interlocutor conte já com mais de 30 anos de experiência. "
Esta não é uma arte fácil de aprender, é extremamente minuciosa, exige empenho e vontade de aprender. Tem que se gostar muito disto para enveredar por este ramo de actividade e são cada vez menos os alfaiates em todo o país. Os jovens de hoje não se interessam por esta profissão porque querem algo que possam aprender mais rapidamente", sublinha o entrevistado. Desta forma, concorrência não é um vocábulo que faça parte dos dicionários dos alfaiates que existem no nosso país, uma vez que já são muito poucos aqueles que sabem trabalhar nesta área, que poderá estar em vias de extinção daqui a alguns anos. "
No entanto, ainda existem mesmo muitas pessoas que gostam de mandar fazer um fato por medida, notei muito isso quando abri este espaço.
Apesar de ter fatos por medida, também executados manualmente e de uma grande marca italiana, a verdade é que muitos são aqueles que preferem mandar fazer de raiz e acabam por acompanhar todo o processo com as provas. Aliás, por vezes tenho que pedir auxilio a alguns colegas alfaiates, porque as encomendas são cada vez maiores", refere. E se não se puder deslocar até este espaço, não se acanhe, até porque o profissionalismo é, tal como as peças, da mais alta gama. Como tal, Carlos Sousa desloca-se, sempre que necessário, até junto do cliente, seja em Portugal ou no estrangeiro. "
Neste momento estou também a trabalhar para alguns ministros estrangeiros com bastante regularidade, recebo também bastantes encomendas,. Para além disso, há a possibilidade de me expandir para outros países em breve", conclui este alfaiate que recebe cada cliente com a sua simpatia e a sua arte, à qual dedicou toda uma vida.
In "O Primeiro de Janeiro"
1 comentário:
Boa tarde.
Também eu tive um percurso idêntico ao senhor. Frequentei os melhores costureiros da cidade do Porto.
Entrei no grupo Cortefiel em Marrocos onde estive cerca de 20 anos.
Regressei à dias. Se precisar da minha ajuda aqui estou
Saudações
Fernando Cruz
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